quarta-feira, 27 de abril de 2011

A diferença


Depois da vitória na final da Copa do Rei, o Real Madrid pensou que havia encontrado um jeito de enfrentar o Barcelona. O Barcelona, por sua vez, não mudou sua forma de jogar. E foi assim que o primeiro tempo do jogo de hoje contou com muito estudo por parte das equipes, tal qual estivessem em um tabuleiro de xadrez. Raras oportunidades de gol, cautela e tensão, ao mesmo tempo, marcaram esse jogo. Mas, no segundo tempo, a história aos poucos mudou.

O começo não indicava isso. Apenas uma breve melhora ofensiva por parte do Real Madrid. A cautela e a tensão até continuaram. E o que de fato mudou a cara do jogo foi a expulsão do luso-brasileiro Pepe. Discutível? Até certo ponto. A forma como ele entrou em Daniel Alves e até mesmo sua expressão facial, acabaram por denunciá-lo. 

A partir disso, Messi, a diferença, que andava meio apagado até então, conseguiu mais espaços para jogar, afinal, o Real Madrid perdera um de seus volantes e teve com isso seu setor defensivo mais exposto. Após boa jogada de Afellay, que havia entrado há pouco (e entrado bem, diga-se de passagem), Messi se antecipou a Sérgio Ramos e concluiu cruzamento do holandês para abrir o placar. Se Messi com pouco espaço é capaz de coisas geniais, ele com espaço é capaz de coisas mais geniais ainda. O atual melhor do mundo mostrou tal genialidade, ao deixar três marcadores pelo caminho e concluir de perna direita para o gol, não dando chances para Casillas, marcando um golaço. O segundo dele e o segundo do Barça na partida.

Com o resultado, o Real Madrid perdeu sua primeira partida na atual edição da Uefa Champions League e também, levou seus dois primeiros gols no Santiago Bernabeu na competição (com esses dois gols sofridos, o time madrilenho não igualará a marca do Milan campeão de 1992/1993, que não tinha levado gols em casa pela Uefa Champions League). Além da desvantagem, o Real Madrid mesmo podendo contar com o retorno de Ricardo Carvalho, não contará com Pepe e Sérgio Ramos, ambos suspensos, para a partida de volta, na próxima terça-feira. 

Em minha visão, por mais que se deva respeitar o time e toda a tradição do Real Madrid, o Barcelona deu um largo passou rumo à final, pois o Real prezou um modo de jogo cauteloso, esperando o adversário, deixando-o tomar conta das ações ofensivas nos três encontros (dos que totalizarão quatro em vinte dias). Ou seja, o Real terá de mudar esse modo de jogo prezado até aqui - o que não será fácil - caso queira chegar à final. 

Já na outra semifinal, o Manchester United também deu um largo passo rumo à final, ao bater o Schalke 04 na Alemanha, por 0 x 2. Mesmo com atuação majestosa de Neuer, os ingleses tiveram total domínio da partida, e com gols de Giggs e Rooney, praticamente tornaram inviável qualquer tipo de reação para o time alemão na próxima quarta.

A possibilidade de uma reedição da final da UCL de 08/09 se aproxima cada vez mais.

Messi, a diferença. Se ele com pouco espaço é capaz de coisas geniais, ele com espaço é capaz de coisas mais geniais ainda.

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